Atualização da parcela do consórcio contemplado: como acontece?

Consórcios são uma forma de compra colaborativa, um grupo que se reúne e contribui para todos possam adquirir algo que desejam. Essas contribuições devem ser feitas de maneira igualitária e justa, garantindo que todos possam conquistar sua carta de crédito contemplada até o final do plano.

Parcelas de consórcio podem mudar devido a reajustes de mercado. Quando essas mudanças acontecem, elas são repassadas para todos os participantes do consórcio. No entanto, muitas pessoas questionam porque devem arcar com os reajustes após serem contemplados ou quando compram uma cota contemplada. 

A atualização de crédito das parcelas é essencial para garantir que todos possam ser contemplados. Quando você é contemplado, o valor pago pelos demais é o que banca a sua carta de crédito. Dessa forma, não estar isento das atualizações é apenas uma forma de garantir a contemplação dos demais. É a partir do reajuste que se garante que todos terão o valor necessário para efetuar a aquisição a medida que são contemplados.

Preparamos uma simulação para deixar mais fácil de entender o processo de atualização.

Uso dos valores na contemplação de consórcio

Cada consórcio possui um valor de crédito individual, uma prazo de duração, um número total de consorciados e o número de cotas a serem contempladas por assembléia. Pense, então em um grupo com as seguintes características:

• Valor do crédito: R$ 20.000
• Prazo de duração do grupo: 5 meses
• Número de consorciados: 10 cotistas
• Número de cotistas contemplados por assembléia: 2

A contribuição mensal de cada cotista é calculada com base no valor de crédito. Se nesse grupo serão feitas 2 contemplações ao mês, isso significa que deve haver em caixa R$40.000 reais para que elas sejam realizadas. Cada cotista deve contribuir, então, com 20% do valor para que a contemplação ocorra. Assim:

• 20% de R$20.000 = R$4.000
• R$4.000 x 10 (nº total de cotistas) = R$40.000

Esta é a situação vista na primeira assembléia, de forma que os dois contemplados consegue utilizar suas carta de crédito contemplada sem problemas.

Situação para a 2ª assembléia

Aqui, vamos simular um acréscimo no valor do crédito de 3%, analisando duas situações: a primeira com o acréscimo para todos os consorciados e a segunda com acréscimo apenas para os não-contemplados.

Reajuste para todos os consorciados

Aqui, deve se considerar que 2 cotistas já foram contemplado e que o valor total arrecadado deve ser suficiente para contemplar mais 2. Assim, será necessário ter os mesmo R$20.000 por cotista, mais o acréscimo de 3%, totalizando R$20.600 por contemplação, no total de R$41.200. Assim:

• Valor da parcela anterior: R$4.000
• Valor da parcela atualizada: R$20.600 x 20% = R$4.120

Considerando os 10 consorciados, chegamos ao valor necessário de R$41.200 necessários para a contemplação de mais dois cotistas. Dessa maneira, vemos que todo o valor arrecadado será usado na contemplação.

Reajuste apenas para os não-contemplados

Se fizermos o mesmo cálculo desconsiderando os consorciados que já foram contemplados, os valores serão diferentes. Assim, teremos:

• Valor da parcela anterior: R$4.000
• Valor da parcela atualizada: R$20.600 x 20% = R$4.120
• Valor arrecadado entre os contemplados: R$8.000 (R$4.000 x 2)
• Valor arrecadado entre os não-contemplados: R$32.960 (R$4.120 x 8)
• Valor total arrecadado: R$ 40.960 (R$ 8.000 + R$ 32.960)
• Valor necessário para 2 contemplações: R$41.200

Dessa maneira, não incluindo os dois contemplados no reajuste, o valor arrecadado será insuficiente para as contemplações seguintes. Faltariam R$ 240 (R$ 40.960 – R$ 41.200).

Concluindo

Considerando que o consórcio é um investimento em grupo e que, da mesma maneira como você pode ser o primeiro a ser contemplado, pode ser o último a receber a liberação da carta de crédito contemplada, é essencial que o reajuste seja aplicado a todos. É importante ressaltar que quem compra um consórcio contemplado, mas não quitado, está sujeito às mesmas condições, passando a fazer parte daquele grupo de consórcio.

Além disso, é importante lembrar que foram considerados nesse exemplo apenas os valores de reajuste. Ainda existem as taxa de administração e fundo de reserva e seguros. Todos esse valores e possíveis aumentos devem estar registrados em contrato.